Octogésimo quarto dia - cereja


Os dias avançam, a obra também, tentando manter o ritmo. Embróglios terríveis levaram-nos a trazer os técnicos do ar condicionado do litoral para o interior. Gente boa de Famalicão que não conhecia Trás-os-Montes e que comeram cerejas e partilharam um pedacinho das suas vidas comigo. Foi ao fim da tarde, com o serviço despachado. Eu colhia cereja com os velhos, para comer à mesa e para compota, e o senhor do ar condicionado, o patrão, se juntou a nós. Logo os velhos o convidaram a comer connosco, arranjando-lhe um saco para levar um pouco de Trás-os-Montes de volta para casa. Não aceitaram dinheiro pelas cerejas. Os dois dias de granizo, se bem que intervalados, inutilizaram parte da cereja e deixaram a outra parte amachucada, imprópria para venda, segundo eles.



Trás-os-Montes é a cereja, a castanha e a uva, mas mais importante que tudo isso são as pessoas. Que são de estimar.

Os pedreiros acabaram o serviço ontem, nem os cheguei a ver. Fica a obra.

o canto do galinheiro
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os cardanhos
(foto)

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