4 - Plantar
O propósito deste jardim é plantar apenas plantas da região / nacionais, prefencialmente recolhidas localmente. O azevinho (Ilex aquifolium) foi a única planta regional / nacional comprada, e as únicas exóticas são a roseira-trepadeira (Rosa spp) e a camélia (Camellia L., plantada muito a contragosto).
Estas são as plantas que já estão na terra:
Bela-luz (Thymus mastichina): o tomilho da região, usado muito na água das azeitonas. É, segundo Luís Alves, "o mais fantástico dos tomilhos que conheço". Trouxe-mos o Luís (o vizinho), apanhado no Lombelo. Só depois de os plantar é que percebi que "gosta de solos bem drenados, expostos ao sol", se não não os teria plantado à entrada, onde o muro tapa todo o sol matinal, e onde poderá haver humidade a mais. Quando arranjar mais planto-os em sítio mais solarengo.
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Bela-luz (tomilho) |
Arçã (Lavandula stoechas): aqui chamam arçã ao rosmaninho, a famosa aromática que faz as primeiras colonizações, antes das giestas e estevas. Aparece nas bordaduras de giestais e pinhais e é omnipresente nas bermas dos caminhos. Está a florir agora (abril), e algumas das plantas transplantadas já têm flor.
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Arçã (rosmaninho) |
Carqueja (Genista tridentata L.): já há muitos anos que a carqueja faz parte das opções gastronómicas da minha família. O coelho é sempre estufado com uns raminhos da dita; havendo carqueja, uso-a sempre para aromatizar o arroz; havendo flor, a infusão é deliciosa (e boa para o colesterol, dizem-me). O arroz de pato com carqueja é também muito vulgar. As carquejas que consegui arranjar vieram de matagais de giestas e pinheiros jovens e são um pobre arremedo de um arbusto. Tiveram de lutar pela vida, são tortinhas e fracas, e foi difícil arrancá-las com torrão. Espero que deixem descendência.
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Carqueja |
Alecrim (Rosmarinus officinalis): trouxe-mo a tia Clementina. Fomos a um amendoal dela e pelo caminho encontramos um alecrim, grande como uma pequena árvore. Vendo o meu ar fascinado, voltou lá e trouxe-me seis pés. Não sei se o alecrim é autóctone mas é certamente uma bestial contratação para o jardim.
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Alecrim |
"Alecrim": já percebi que isto não é alecrim; estou à espera que uma alma caridosa me identifique o bicho. Achei-o no caminho para a escola, junto ao rosmaninho. Fica a forrar os canteiros.
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'Alecrim', entre outras |
Xagarço (Halimium umbellatum): plantinha que, crescendo com espaço e luz, forma tufos agradáveis à vista. Parece uma mini-esteva: até as flores são parecidas.
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Xagarço |
Carrasco (Quercus ilex): a azinheira é a quercínea espontânea mais vulgar da região. Em Martim Tirado surge a colonizar antigos amendoais e campos de cereais, normalmente na sua forma arbustiva. Apenas se veem azinheiras altas quando em competição direta com os pinheiros. Plantei uma num sítio longe das canalizações, e vou tentar controlá-la, de modo a não crescer desmesuradamente.
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Carrasco (azinheira) |
Ao plantar cavei covas (mais ou menos profundas, consoante a planta), enchidas com terra nova, com menos pedras. Os rosmaninhos, prenhes de flores, plantei-os ao longo da passagem. As arbustivas maiores, logo atrás. Os "alecrins", que crescem rente ao solo, servem para cama dos canteiros.
Jardim autóctone...
ResponderEliminarTambém eu exploro este conceito. Gostei dos textos.
Um abraço.
Obrigado pela visita. Estou a deitar um olho no seu blogue, vai ser certamente dos meus favoritos nos próximos tempos. Um abraço.
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