Sexagésimo quinto dia - porta


O milagre da hora de verão é sair de casa às seis e meia da manhã e já ser de dia. Isto na Póvoa. Aposto que em Martim Tirado é diferente. É tudo diferente em Martim Tirado.

Choviscou toda a manhã. Chegados à obra, assistimos à fuga graciosa do Hugo e do empreiteiro da chuva torrencial que se anunciava. Eles partiram. A chuva parou.

Surpresa total, o Bruno já tinha portas e janelas prontas, ainda sem verniz nem vidros e com algumas pontas por limar, como dobradiças e assim. Fiquei espantado por ver os desenhos finalmente em 3d - as portas são mais largas do que o costume e por isso parecem enormes - mas a sensação geral é de contentamento. Decidimo-nos pelo verniz 'natural mate', que não estraga a belíssima cor natural da madeira, e escolhemos fechos e dobradiças. É tudo muito rápido, mas está a correr bem.

postigo de fantasia
(foto)

À tarde, carpintariaaaa (ou era telefoniaaaa?) na obra. Réguas pelo chão, a desenharem a parte oca do pavimento, pousadas já sobre o cimento atolachado.

que a régua não fuja
(foto)

Levei o meu pai ao comboio das cinco e voltei, vidradão, para a floresta. A motosserra não chegou a pegar. Virei-me para a serra de podas e revirei tudo. Arrumei toros, limpei um pouco mais à volta de um dos marcos. Quando achei tudo um pouco melhor, larguei mata abaixo, ciente que ia achar o caminho até ao marco seguinte, como tão bem o achara no google earth. De cima para baixo, não muito bem. Acabei por dar com o marco mas não em linha reta. Tentei de novo, de baixo para cima. O caminho parecia revelar-se sob os meus pés. Até o musgo parecia diferente. Ao longe já se viam as copas da bordadura do meu pinhal. E lá cheguei, direitinho ao outro marco. Tirando o limite superior, onde os marcos foram arrancados por uma retro, já tenho todos os marcos identificados. Que orgulho.

Passei na casa do Zé Manel antes de seguir para a Macieirinha, para saber da festa de nossa senhora de Fátima. Só sabia a data - cinco e seis de maio - e pouco mais. Agora sei tudo. Dia cinco, sábado, há a procissão das velas, sorteio dos prémios (ainda há rifas!!!) e bailarico. O mestre de cerimónias é organista, vem de Vila Real e traz o palco às costas - tudo garantias de um bom espetáculo. Domingo é a procissão - este ano fraquinha, confessou-me a Fernanda. Há pouca gente.

há festa na aldeia
(foto)

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