Vigésimo quarto dia - podão

dia-a-dia: não há novidades na frente sudeste

Cheguei e encontrei o tio Virgílio, que se não é homem-macaco é pelo menos homem-esquilo (que também existem nas Quintas - os esquilos, isto é), a meio caminho entre a base e o topo dum olmo. Parecia agarrado à árvore em desespero, para não cair, mas era a posição de muitos anos a trepar a choupos e a olmos, elucidou-me ele. Mantinha-se agarrado e cortava, tudo ao mesmo tempo, como se de atos semelhantes se tratassem. Encheu dois sacos com a folha (para dar à cabra), que colocou nos alforges do macho. Ainda me pediu a lenha que sobrou. Vê-se que viveu a época que viveu, e não a nossa, de luxo descartável.

tio Virgílio, a caminho do chão

as folhas do olmo, prontas a comer

isto é um podão

o transporte para as folhas do olmo

Foi dia de churrascada, apreciada e muito elogiada sob os ramos dos olmos. O Paulo cozinhou barrigas e eu, o Sô Paulo e o Hugo comemos. Na preparação do pitéu, à procura de pinhas num barraco, encontrei o que poderá ser a descoberta mais valiosa (em termos monetários) do projeto: uma camisa da Mocidade, ainda fina e com o verde viçoso, que o meu pai diz ter pertencido ao seu irmão mais novo. A etiqueta dizia 'Luanda'.

almoço sob os olmos (e sobre a erva)

(nota: este não é um blogue fascista)

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