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dia-a-dia: vista do caminho |
Pelas nove, em Campanhã, pensei, por largos minutos,
que ia ficar em terra. O
motivo era a greve dos maquinistas a horas extra, e dizia-me o senhor da
bilheteira que corria o risco de me ficar pela Régua. Isto uma semana depois de
ter optado pelo comboio como meio de transporte preferencial. Ela há coisas.
Fiz mover a minha rede de contactos e lá surgiu a confirmação de que sempre
havia comboio, mas que devia evitar o último e o primeiro comboios do dia. A
greve é até dia 16. Almocei em Moncorvo (no aconselhável Lagar) e segui para
Martim Tirado, onde os senhores do pladur já laboravam desde a manhã. A
trabalharem quase sem indicações, tinham já feito a estrutura à volta das
janelas, trabalho a fazer apenas com as janelas acabadas. De resto, falei-lhes
das pontes térmicas a evitar e siga com o trabalho.
Os pedreiros já trabalhavam no muro de baixo. Já só lá
andam o Paulo e o senhor António. O Hugo deixou tubos e fossa tapada e o
terreno limpo. Fez mais do que a máquina. Também ajeitaram o muro da entrada.
Limparam o topo, acertaram-no e encheram todas as brechas, incluindo a que
sobrou entre o muro e a casa. As telhas são para voltar ao topo do muro e a
parreira é para tornar a espraiar-se sobre ele e a espreitar os visitantes, mas
enquanto isso não vem o muro parece-me outro, pouco familiar.
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muro velho, cara nova |
A missão do dia consistia em confirmar a posse dos
marcos que sinalizei com as varas (2) e confirmar a preexistência dos marcos
que inventei (outros 2). Os inventados não tinham qualquer validade histórica,
como já esperava, e os outros dois eram mesmo meus. Os olhos treinados do
Amílcar toparam mais três marcos, que prontamente limpei e sinalizei com varas.
Os marcos obedecem a códigos visuais muito concretos, e só o vandalismo ou a
caruma os fazem mentir.
A Fidalga está fraquita. A Clementina diz que desde o
parto que vai largando um líquido, já quase sem sangue mas ainda assim
preocupante. Começa a cair-lhe o pelo e não engorda. Parece sempre em agonia.
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