Centésimo décimo sétimo dia - Púlpado

Dia agitado. O picheleiro levou o dia a montar sanitários. Volta amanhã para acabar. Eu passei a manhã às voltas entre Freixo e Moncorvo. Os homens da Câmara ligaram o ramal da água e o contador pouco depois do almoço. A casa já tem água, mas não tive coragem de a ligar. Amanhã testa-se.


sanitários

Deixei de ontem para hoje alguns retângulos com a primeira camada de barro a secar. Crivei algum barro e comecei a segunda camada, tendo o cuidado de molhar o barro que já estava colocado antes, que de ontem para hoje secou demais. A técnica, que consiste em aplicar o barro bem húmido e afagá-lo com uma palustra é demorado e intrincado. Neste momento sinto que não vou ter tempo de acabar o chão a tempo e horas sozinho, mas logo se vê.

começando o barro

Na semana passada vi o Amílcar a ler a Bola. Então tio Amílcar, não sabia que gostava de futebol. Olhe que é coisa a que não ligo nadinha. O Amílcar lia a Bola porque não tinha mais nada para ler. O genro, esse sim leitor assíduo, fazia questão de comprar o jornal todos os dias, e eram os jornais comprados durante a estadia do genro que o Amílcar ia lendo. Nem pensei duas vezes. Os jornais que vou lendo ou ficam no metro ou vão parar à reciclagem. Passei a deixá-los ao Amílcar, e dá gosto vê-lo a ele e à Clementina, de óculos postos, a virar cada página com tempo e atenção.

Passadas as sete, deixei o trabalho para trás e fui dar a habitual volta ao Púlpado com a Fidalga e o seu bravo escudeiro, o Trovão. Levei a máquina, antecipando os contrastes que o pôr do sol traria. Comi tantas amoras que nem quis jantar.

a caminho do Púlpado

O vento bule na copa dos pinheiros. Já se sente o frio.

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