Centésimo terceiro dia - gineta


Começou agosto, entraram os eletricistas. Logo de manhã vieram três eletricistas (um para explicar como era a obra e os outros para executar) e o engenheiro (basicamente para me dar nas orelhas, que assim não podia ser, etc.). Começou-se a instalar o que dá - interruptores, apliques, a caixa da eletricidade, da API.

primeira tomada

A construção em terra pode ser incrivelmente benéfica para o ambiente, mas, como em tudo, tem de ser bem pensada. Durante a tarde, depois de uma soneca pós-almoço sob os pinheiros, fui ver do saibro. Quem me atendeu o telefone falou que sim, claro que se arranjava o saibro, apesar dos ambientalistas. E lá estava o saibro, em pilhas gigantes. Trouxe uma amostra para testes.

Ao voltar do saibro encontrei uma gineta, morta por algum carro. Já vi várias a fugir dos faróis dos carros, mas nunca assim tão próxima, tão real. Pobre coitada.

pobre da gineta

Pouca sorte teve também a Fidalga. Passou um dia presa a um laço (mais uma vez, de autor anónimo) que lhe prendeu a pata, que ficou ferida.

Talvez por causa da pata dorida, a Fidalga não quis acompanhar-me na caminhada do costume. Cortei pela eira junto à casa, pinhal adentro. Passado o cabeço, desci por um amendoal. Atraía-me uma casa abandonada, mais uma, esta com dois pisos, que em Martim Tirado só acontecia quando construídas sobre desníveis. Via-se de fora que o telhado não dura muito. O interior, no entanto, estava mantido. Casa de morcegos, que esbracejavam sobre a minha cabeça. A casa, comprada pelo que me dizem por pessoas do Porto, tinha de ser recuperada agora, antes que caia o telhado.

todas as casas têm um

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