Mostrar mensagens com a etiqueta ar condicionado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ar condicionado. Mostrar todas as mensagens

Nonagésimo sexto dia - Trovão


A mãe do homem do motopico teve uma consulta e o chão das casas de banho ficou para a semana. Espero que a greve dos médicos não me trame a obra.

Chegou-me a Alcina para que lhe abrisse a casa. Sentia o Trovão a ganir, e como não sabiam dele ela intuiu que tivesse passado a noite na obra. E lá estava o bicho, irrequieto como sempre. Saiu da casa aos pulos. Mais um hóspede contente.

Assusta-me a ideia de acordar às seis da manhã. Agora acordar às seis da manhã para nada ainda me desagrada mais. Sem homens para orientar, virei-me para a cortiça que sobrou. Chegou a hora de a guardar. Lá pelas dez e meia chegaram os senhores do ar condicionado. Com a presteza habitual, acabaram tudo antes das quatro. E ala que se faz tarde.


ar condicionado
(foto)

Octogésimo quarto dia - cereja


Os dias avançam, a obra também, tentando manter o ritmo. Embróglios terríveis levaram-nos a trazer os técnicos do ar condicionado do litoral para o interior. Gente boa de Famalicão que não conhecia Trás-os-Montes e que comeram cerejas e partilharam um pedacinho das suas vidas comigo. Foi ao fim da tarde, com o serviço despachado. Eu colhia cereja com os velhos, para comer à mesa e para compota, e o senhor do ar condicionado, o patrão, se juntou a nós. Logo os velhos o convidaram a comer connosco, arranjando-lhe um saco para levar um pouco de Trás-os-Montes de volta para casa. Não aceitaram dinheiro pelas cerejas. Os dois dias de granizo, se bem que intervalados, inutilizaram parte da cereja e deixaram a outra parte amachucada, imprópria para venda, segundo eles.



Trás-os-Montes é a cereja, a castanha e a uva, mas mais importante que tudo isso são as pessoas. Que são de estimar.

Os pedreiros acabaram o serviço ontem, nem os cheguei a ver. Fica a obra.

o canto do galinheiro
 (foto)

os cardanhos
(foto)

Septuagésimo terceiro dia - portas e janelas


Isto frusta. Tanto para fazer e arrumar e eu sem poder sair, preso pela chuva dentro de casa. 

Os carpinteiros chegaram de manhã. E com eles portas, janelas e portadas. A dificuldade do dia passou por ajustar portas e janelas à imperfeição das pedras (e à mente alterada do arquiteto, que só inventa). A minha presença serviu para verificar pequenos erros, a corrigir depois, e a atravessar-me à frente deles todos. Só para que não se esqueçam de quem manda aqui.

Portas roubadas a um turismo em Espanha
(foto)

Broca mole em pedra dura
(foto)

Portas do quarto de baixo e da cozinha
(foto)


Janelo dos quartos
(foto)

Os montadores chegaram pelas duas, depois de telefonemas e confusões. Pu-los a fechar paredes. Tenho de alegar urgência para os ter na obra. Tenho de os ter a trabalhar continuamente senão o muito que falta fica ainda mais atrasado.

Mais tarde chegaram os do ar condicionado. Talvez para a semana avancemos com mais tubos.

Amanhã há a festa. Com chuva, mas festa.

Antes da festa
(foto)

Septuagésimo dia - correções

Anteontem cheguei à hora de ir dormir com o peso nos ombros de quem sabe que tem muito que fazer; ontem trabalhei sem parar, a acabar os desenhos do pladur, e cheguei ao fim do dia cansado, mas sem o stress de anteontem. Hoje passei o dia babysitting eletricistas e pladuristas. O babysitting, especialmente o de eletricistas e pladuristas é, infelizmente uma arte em risco de extinção. Mas, dizia, acabei o dia igualmente stressado. Já devia saber que o stress vai e vem.

Este stress específico veio de ao fim da tarde, já com paredes de pé, pladur aplicado e cabos encaminhados, ter juntado a comunidade de -istas a discutir o lugar do cilindro / bomba de calor / mecanismo de aquecimento de águas sanitárias qualquer. A sério. Alguém que decida tudo isto por mim. Por favor. Pode não caber no lugar que lhe reservei. Pode ser muito caro. Pode implicar o retorno do picheleiro. E o ar condicionado, duas máquinas com condutas, um multisplit, uma única bomba de calor que aqueça as águas e climatize a casa. Mais uma vez, stressar agora não ajuda. Nunca ajuda. É só não tomar decisões erradas e esperar que se decida o melhor sistema.

Os eletricistas pediram-me na semana passada um dia com os pladuristas.  Quando cheguei os tubos eram mais que as mães, descabelados, a somarem-se em molhos. Depois de obrigar os pladuristas a desfazerem a parede de cima (faz parte), pu-los a trabalhar para os eletricistas, montando as paredes por onde passariam tubos e fechando uma das faces da parede com pladur. Chegámos ao fim do dia com muito trabalho despachado. Já se entra na casa de banho de baixo e se antevê o espaço.

Corrigindo os erros do senhor arquiteto
(foto)

O rosmaninho flore por todo o lado; idém para a giesta amarela e a esteva. Foi chovendo ao longo do dia. À Fidalga apliquei-lhe o antipulgas em ampolas. Ao almoço bebi chá de cascas de cebola. Elogiei-o à Clementina. Ajudei-os com uns tubos duma salamandra acabada de comprar. O Luís chamou a mulher de 'espalhadeira'. Espalha as coisas por todo o lado.

Casca de cebola em copo
(foto)