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Amendoeira em flor + Preçário 2014

Lançamos hoje a divulgação das Amendoeiras em Flor, a grande festa do Douro Superior, pelos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Mogadouro, Vila Nova de Foz Côa, Vila Flor, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo. O frio amaina, os dias alongam-se e as amendoeiras preparam os frutos com a sua floração luxuriante.





Entretanto aqui fica o preçário para 2014. As únicas grandes diferenças são o abandono da taxa plana (o preço de fim de semana / época alta passou a ser mais alto do que o do resto dos dias), e passamos a privilegiar as estadias maiores, ao invés do tamanho dos grupos.



Centésimo sexto dia - batman

Talvez o dia mais difícil de passar até agora. Disse-me um taxista conhecido, em Freixo, que estariam 36°. E quando o sol surgia por detrás das nuvens. Deus meu.

O dia comecei-o cedo, como já é hábito. Tinha de descarregar o carro, em parte cheio de material para a terra batida, por outro lado carregadíssimo com o essencial da loiça sanitária para a casa. Testei também uma mangueira nova, ligada à torneira da banca dos meus avós. A mangueira servirá para humedecer o saibro e para molhar o barro, a usar no chão. 

Os carpinteiros começaram com o reguado (para conter a terra batida) no quarto de cima. Como eu esperava que as réguas fossem de contraplacado (1,8 centímetros de espessura), disse ao carpinteiro que podia cortar as réguas transversais, que serviam como bitola, com 18 centímetros, e as compridas vinham com folga e acertavam-se na obra. Para minha surpresa, as réguas eram de madeira maciça e tinham mais de 2 centímetros de espessura. Ao juntar-se as réguas todas não batia certo, portanto todas as bitolas tiveram de ser acertadas um milímetro. Como em tudo na vida, só custa à primeira.

o Carlos em ação

desfasado

quarto, sala, cozinha. assim se faz uma casa

Com o trabalho a avançar a bom ritmo (e como ninguém me fez o almoço em Martim Tirado), rumei a Freixo, para rango pago, uma máquina de lavar roupa para escolher e uma incrível exposição de arte quinhentista para visitar. Não sei quem se lembrou de inventar que teria sido Grão Vasco a pintar as telas (que fazem parte do retábulo da Matriz e foram recentemente restauradas na biblioteca, já que os freixenistas fizeram barulho e não deixaram sair as telas), mas a exposição vale bem a pena. Aconselho a visita agora, que as telas estão à altura dos olhos, porque em setembro voltam ao retábulo, e aí só de binóculos.

(não é Grão Vasco)

Ao voltar, uma contrariedade. A luz falhou, a vizinha não deixava ligar à casa dela, e o trabalho dos carpinteiros ainda mais atrasado. Sempre a apagar fogos, lá convenci a vizinha a emprestar a luz até ao fim do dia, e chamei o piquete da EDP para o conserto, concretizado ao fim da tarde. O impasse traduziu-se no trabalho inacabado.

Também por lá passou o senhor do gás, que selou o tubo furado na semana passada e o senhor dos materiais de construção, que me trouxe o barro. O saibro chega amanhã. 

Comecei a proteção da madeira. Da fita-cola de eletricista (um flop), passei para fita-cola de papel, mais apropriada à madeira mas ligeiramente mais larga. Tive de tirar o excesso ao X-ato, o que torna o processo mais trabalhoso. E ainda estou para ver se a fita-cola de papel não salta como saltou a de eletricista.

Pedi ao Zé Manel que me mostrasse um amendoal que o meu pai não herdou e que estaria ao abandono. E É GIGANTE. E eu que achava que as minhas quinze amendoeiras eram muitas. Ali haveria mais de cem, todas por limpar, o terreno por arar, silvas a prosperar. Talvez algum dia lhes possa dar a devida atenção.

Lá fora ouço o morcego, sempre a chiar. Talvez por isso não tenha insetos no quarto. Tenho o batman do meu lado.

Septuagésimo segundo dia - xagarço


Dia de conhecer o monte. Primeiro o carvalhal entre as Quintas e Freixo. Construíram uma represa, já com água das últimas semanas. Os carvalhos parecem murchos com tanta chuva. Visitei também a 'serra', o cabeço à entrada de Martim Tirado. 850 metros. Por último, o meu pinhal. Parti da casa do Zé Manel pelo caminho aberto pela retro. Desci pinhal adentro e voltei pelo caminho que dá a volta ao monte.

Vista da serra
(foto)

Trouxe comigo uma ervinha, para aprender o nome. Xagarço. Já o tio Adelino me tinha falado do xagarço. As cabras adoram-na. É como uma esteva em miniatura. Até a flor é igual.

Ao chegar a Martim Tirado vi-me na traseira dum camião. Trânsito, em Martim Tirado. Coisa inaudita. Era o transporte das bebidas para a festa. UM CAMIÃO DE BEBIDAS.

UM CAMIÃO DE BEBIDAS
(foto)

Dormi a manhã toda. A chuva tombava do céu sem pausa e não havia ninguém na obra. Montadores, nicles, carpinteiros, na oficina, a botar a terceira de verniz nas portas e janelas. Amanhã há obra.

Trigésimo terceiro dia - acertos

dia-a-dia: quase lá

Como a obra está parada, não tinha necessidade de estar lá cedo, por isso saí de manhã, sem pressa. Almocei em Moncorvo e resolvi os meus assuntos durante a tarde. Voltei pelas cinco.

Primeiro fui ter com o empreiteiro. É hora (já devia ter sido feito, mas deixei passar o tempo) para acertarmos a fossa e o pavimento exterior. O arranjo dos cardanhos e do estacionamento tem de ficar para depois. O empreiteiro não estava em casa mas sim no armazém do Louças, o fornecedor de parte dos materiais para a obra. Aparentemente o Louças já tinha encomendado as telhas mas não o tinha dito ao empreiteiro. Como eu apenas durante o fim de semana tinha decidido qual o tom das telhas a usar, tivemos de refazer a encomenda. Muita confusão. Afinal as telhas são mais caras, ó Nuno. Mas o Louças não dizia o preço exato. Não queria dizer. Pedi-lhes para resolverem por eles a coisa. Falámos também da fossa e do pavimento. Entreguei ao empreiteiro folhas com quantidades e descrições e também alguns desenhos. Insisti na calha à frente de cada porta e nas tampas de saneamento circulares e ocas, em relação às quais tenho agora dúvidas. O ideal era construir a fossa (assim como a cobertura) antes que chegassem as chuvas, o que já não é possivel.

Mesmo ao lado do Louças está a carpintaria Carapuça. Ia apenas lá para lhe deixar (ao Bruno) uns desenhos e fiquei num misto de pânico e êxtase quando vi que a obra avança! Caibros e forro já cortados. Quando cheguei estava ele e um ajudante a passar as réguas de forro por uma máquina. Mostrou-me uma viga, já com tapa-poros (não percebo mesmo nada de carpintaria), faltando apenas o verniz. Parece-me que se depender do Bruno a obra segue sempre direitinha.

Aproveitei a ida a Freixo para comprar comida para a Fidalga e ver preços de fardos. Já em Martim Tirado, aproveitei para trazer mais amêndoas e batatas, marmelos e nozes, a pedido. Afinal os homens andaram mais tempo do que pensava pela obra, e parte da forra da viga-lintel já está feita, assim como a parede à volta da porta:

a vista do jardim