Tirei algumas fotos, para ter a certeza de que era verdade. Aqui estão.
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Terceira semana de outubro
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Centésimo quadragésimo quarto dia - desencontro
O patrão dos do pladur telefonou-me às oito. Sem pré-aviso, baseado numa conversa da semana passada, mandou os homens para a obra, comigo fora e com a Clementina, dona da chave, na horta, a uma hora de distância por montes e vales. À falta de chaves, tivemos de adiar a segunda demão.
Cheguei só depois do almoço, contentíssimo por ter arranjado novo obreiro. Dedicámo-nos a tirar a fita-cola que faltava, mal chegámos, e a limpar tudo, e a colocar as prateleiras nas cabeceiras e a encaixar as gavetas das camas. Quando saímos já eram quase as oito. Noite profunda.
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Centésimo quadragésimo segundo dia - especial
Com os prazos a apertar, fui obrigado a vir trabalhar ao domingo, juntamente com um obreiro muito especial. Chegámos depois do almoço. Eu comecei no quarto de baixo a montar a cama, enquanto que o obreiro atacou a fita-cola no quarto de riba, já munido da espátula, essa arma essencial no desembaraçar da fita. Voltámos depois do jantar. Ficou o quarto de riba quase pronto.
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quarto de baixo |
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quarto de cima |
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Centésimo quadragésimo primeiro dia - descobrimento
Dia de dar a primeira demão nas paredes. Seria dia para dar ambas as demãos mas, para não variar, houve descoordenação entre as duas equipas e os remates junto às janelas ficaram por fazer e etc. e ainda não foi desta que acabaram.
Passei o dia a tirar fita-cola da madeira do quarto de baixo. A técnica, à base da unha e da navalha, não me pareceu muito eficaz.
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quarto de baixo |
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quarto de baixo |
Ao procurar a Clementina para me ajudar com as uvas, a irmã ofereceu-me peras. Mas que as apanhasse eu, pois está claro. Trouxe comigo uma caixa cheia de fruta.
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Centésimo quadragésimo dia - luz
A tia Alcina mostrou-me, orgulhosa, a criação da garniza. Onze pintos! Eram onze ovos, tão cá todos, são onze pintos!
Mais um dia de trabalho intenso. Desta feita, carpinteiros e eletricistas, e eu pelo meio para complicar. Na carpintaria apenas remates. Arestas por pintar, portas de armários por aplicar, etc. Aproveitando a mão-de-obra presente, aproveitei para colocar os espelhos na casa de banho. Já para os eletricistas os desafios montavam (tanto que o serviço ficou por acabar).
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os pintos da tia alcina |
Mais um dia de trabalho intenso. Desta feita, carpinteiros e eletricistas, e eu pelo meio para complicar. Na carpintaria apenas remates. Arestas por pintar, portas de armários por aplicar, etc. Aproveitando a mão-de-obra presente, aproveitei para colocar os espelhos na casa de banho. Já para os eletricistas os desafios montavam (tanto que o serviço ficou por acabar).
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trabalho contínuo |
Durante a manhã insisti nos móveis. Já que não posso ainda
montar as camas (tenho de as montar dentro dos quartos), comecei a montar as
gavetas das já referidas camas.
O resto do dia passei-o a acompanhar os obreiros (temente da
repetição de situações como a do armário de baixo, que mereceu hoje mais uma
reunião de trabalho).
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Centésimo trigésimo nono dia - louva-a-deus
À falta de obreiros para orientar, virei-me para o verniz em
falta no quarto de baixo (primeira camada) e na cozinha (segunda camada).
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a cozinha |
Chegado ao fim da tarde, sem mais que fazer, continuei a
apanha da amêndoa. A tia Clementina colocou a amêndoa da semana passada a secar
na eira. O tio Luís estava a descascar a amêndoa que apanhei hoje e juntei-me a
ele. O tio Amílcar fez igual.
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é amêndoa, trovão. não morde |
A escola é um zoológico de pequenos animais. Hoje foi a vez
do louva-a-deus.
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louva-a-deus regressa à escola |
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Centésimo trigésimo oitavo dia - norden
Dia sem história. De manhã passei pela Câmara de Moncorvo para pedir a licença de habitabilidade; a tarde passei-a a montar móveis. Estou a montar todos os móveis menos as camas, a montar já dentro da casa depois de pintadas as paredes. Estou a gostar de usar a casa do meu avô como oficina (casa do fogo, chamávamos-lhe quando éramos putos), escondido da atenção do mundo por uma parreira e um pessegueiro.
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mesa norden |
O barro do quarto de baixo ainda não secou totalmente, apesar de a Clementina ter aberto portas e janelas todos os dias desde sexta. Para aumentar a circulação de oxigénio (que garante a secagem do barro) abri também as claraboias.
Lá fora os morcegos fazem mais barulho do que nunca. Já deviam saber que não se fala com a boca cheia.
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Centésimo trigésimo sétimo dia - Ikea
O lume é carava, dizia-me a Alcina ao borralho, hoje de manhã. As noites e as manhãs andam frias e as velhas já acendem a lareira. Companhia, perguntei eu? Aquilo que você chama companhia eu chamo a carava. Ensinou-me uma mulher que morou lá na sua casa.
Não sei se por vergonha, se por que foi, mas ontem ocultei o que me ocupou parte do dia, e a totalidade do dia de hoje: montar móveis do Ikea. Não que me envergonhe de comprar móveis lá mas sei que os futuros clientes vão querer algo mais do que um catálogo do Ikea. Os prazos e o orçamento ditaram as decisões, mas espero que, com tempo e tino, possa escolher melhor.
Não sei se por vergonha, se por que foi, mas ontem ocultei o que me ocupou parte do dia, e a totalidade do dia de hoje: montar móveis do Ikea. Não que me envergonhe de comprar móveis lá mas sei que os futuros clientes vão querer algo mais do que um catálogo do Ikea. Os prazos e o orçamento ditaram as decisões, mas espero que, com tempo e tino, possa escolher melhor.
O barro está a secar bem. Segunda envernizo.
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Centésimo trigésimo sexto dia - retoques
E eis que se acaba o barro. Não a matéria-prima, reforçada esta semana com novo carregamento, mas o chão. Com a ajuda do obreiro, ainda a manhã ia a meio e já tínhamos terminado o quarto de baixo.
Acabado o barro, desloquei o obreiro para outras funções.
Primeiro para arrumar saibro e barro longe da vista; depois para acartar terra
que tinha ficado junto da eira para preencher os desníveis que o empreiteiro se
recusou a tapar.
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Centésimo trigésimo quinto dia - gaveta
Aparentemente, a borrasca já foi. Sem chuva, as misturas já
se fazem facilmente no exterior e o trabalho segue sem percalços Como o
obreiro número dois (o número um só volta amanhã) teve de apanhar o comboio das
cinco e meia, o trabalho acabou cedo, pelas quatro e meia. Se não, acabávamos o
quarto. Ai não que não acabávamos.
A carpintaria seguiu o seu rumo. Vieram as portas, já
lacadas e envernizadas (a parte envernizada ainda me assusta, a ver se com o
tempo perde força), e os pormenores em falta são cada vez menos. Cada novidade
traz consigo uma nova dificuldade, mas dá sempre para resolver.
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o enigma da gaveta enviesada |
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Centésimo trigésimo quarto dia - chuva
Meses e meses de secura extrema (dizia-me o tio Luís: a última vez que choveu a sério foi em novembro) e tinha de cair a borrasca na última semana de obra. Tivemos de crivar e amassar o barro no corredor. Isto quando já tínhamos barro, que chegou apenas a meio da manhã. Mal chegou, acabámos a cozinha e avançámos para o quarto de baixo, o último por acabar.
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debaixo da fita |
Os carpinteiros também andaram por lá, a fechar armários e a
desenhar portas feitas de forro. Muito a contragosto, lá montaram o exaustor da
cozinha e respetivo móvel. Digo a contragosto por estes serem do Ikea.
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a cozinha |
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trabalho de carpinteiro |
Deus, tanta chuva. Bom para as castanhas e para as sanchas,
sem dúvida.
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Centésimo trigésimo terceiro dia - à geira
A manhã pegou em força. Eu mais dois obreiros, mais ninguém na obra. Prometia. No entanto, o barro escasseava. Ao fim da manhã já não sobrava barro para o meu grupo, na cozinha (segunda camada) nem para o obreiro no quarto de baixo (primeira camada). Atacámos o verniz, primeira demão na cozinha, segunda demão na parte de cima. Acabado o verniz, virámo-nos para o lixo que circundava a casa. Grande parte seguiu direto para o contentor. Sobrava tempo para os obreiros. Pu-los a apanhar amêndoa. E mais um dia se cumpriu.
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Centésimo trigésimo dia - raposa
O servente, que tão prestimoso se revelou a acabar o saibro, mostrou-se lento e inábil na primeira camada de barro. A olho, parecia demorar o dobro do tempo que eu demoraria a encher um retângulo de barro, ainda para mais numa camada que se quer tosca e expedita. Foi-se embora sem acabar a cozinha, coisa que tentei acabar eu próprio ao final da tarde, sem sucesso.
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a cozinha |
O dia atrasou-se-me por via dum emprevisto. Um dos vizinhos sentia-se mal e a mulher, à falta de táxis que a acudissem, veio 'falar-me' do caso. Prontifiquei-me a levá-los a Freixo, ao Centro de Saúde, que posteriormente os enviou para Mirandela. Só voltei depois das três.
Quando cheguei acabei o envernizamento das divisões de cima. Durante a manhã acompanhei o patrão dos carpinteiros revendo armários e medidas, e o funcionário no avançar dos trabalhos. Esqueci-me dizer - já chegaram as portas interiores!! Com acertos a fazer, principalmente nas portas da casa de banho do quarto de cima, que teimam em bater uma na outra.
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à volta dos aros |
Preocupado com a secagem do saibro, tenho mantido todas as portas e janelas bem abertas, e hoje abri também as claraboias. Para meu agrado, o vento puxou bem durante o dia, se bem que este vendaval noturno me deixa de sobreaviso. Imagino que não haja problema, desde que não chova.
Ontem, durante a noite, um bichito ladrou por trás da minha cama, lá fora. Uma raposa, talvez.
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Centésimo vigésimo nono dia - choiba
Hoje, finalmente, entrou o servente para me ajudar no chão. Veio de Carviçais. Pu-lo a acabar o saibro no quarto de baixo, enquanto eu ataquei a parte de cima. Era hora de começar a primeira mão de verniz. 88% de linhaça, 10% de aguarrás e 2% de secante.
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kit de envernizamento |
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quarto de cima |
Ao voltar para a escola, ainda agora, parei para cumprimentar a tia Alcina e o tio Amílcar. Não me ligaram muito. Estamos com medo que choiba, confidenciou-me o tio Amílcar, e nos molhe a amêndoa toda. Ora choiba. Mais uma palavra 'galega' tão longe da Galiza. Foram certamente colonos que andaram por aqui.
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a ver se não vem a chuva |
Já a sair ouvi, de pessoa não identificada, tenho de amerrindar o cu que estou cansada. E assim se passou mais um dia.
Centésimo vigésimo oitavo dia - esquilo
Comecei a trabalhar, já depois das dez, na parte de cima. Interessa-me, quanto antes, rematar o barro na sala e no quarto de cima para se dar início ao envernizamento. Na sala faltava ainda a primeira camada de barro em duas linhas - check; no quarto faltavam quatro linhas da última camada, entretanto despachadas. Com o barro crivado que sobrou avancei para fechar a segunda camada na sala, que não acabei por um inusitada dor nas costas.
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quarto de cima |
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a sala |
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Centésimo vigésimo sexto e centésimo vigésimo sétimo dias - linhas
Quarta fiz sete linhas. Ontem fiz cinco. Hoje fiz três e
meia. Falo, como é óbvio, de linhas de barro. Fiquei a quatro de acabar o
quarto de cima.
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quarto de cima |
Ontem tive de gerir a maralha de eletricistas que se
ajuntaram na obra. Eles vinham com o objetivo específico de rematarem tudo mas,
para além de não terem trazido todo o material necessário, o que faltava era de
mais para só um dia. Puseram um dos candeeiros de cortiça no ar. Ficou bem.
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primeiro candeeiro |
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armário a caminho |
Hoje voltou o carpinteiro. Com as ligações elétricas no
armário entre a sala e a cozinha despachadas, era hora de fechar o armário.
Azar dos azares, o forro não chegou (grande surpresa), e o dia de trabalho
acabou mais cedo. Passei por Freixo para ver a banca. Fiquei um pouco
desagradado com o resultado, mas a culpa é só minha. Ficaram já montadas as
prateleiras na passagem entre a sala e a cozinha, enviesadas, como a casa é
enviesada. Ficaram bem.
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armário a caminho |
A tia Alcina convidou-me para almoçar. Era meio-dia e o
tio Amílcar ainda não lá estava. Encontrei-o junto da passeira, a abrir
ameixoas. Para o ano faço uma.
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Centésimo vigésimo quarto e centésimo vigésimo quinto dias - floribella
Perdi a noção dos dias, das horas, do trabalho. Ontem,
exausto, fui incapaz de escrever o diário. Fui direto para a cama. Talvez por
causa disso, talvez por os dias serem todos iguais, hoje não tinha noção do
trabalho que tinha feito. Pô, eu fiz isso tudo hoje? Afinal, fiz mesmo.
Hoje custou-me a levantar. Na obra já o carpinteiro se azafamava, sequioso de continuar o trabalho. Em pouco tempo acabou a face da sala, e quando se preparava para fazer o mesmo na face virada para a cozinha, pedi-lhe para abrandar. Se ele fechasse tudo os eletricistas não podiam fazer as ligações. Contrariado, e depois de muito rabujar, lá se virou às escadas, autêntico jogo de construção infantil.
No campo do barro, e ainda para mais num dia com novidades, telefonemas, ida a Freixo e acompanhamento do trabalho do carpinteiro, fiquei surpreendido ao ver que tinha feito mais de um terço da segunda camada de barro do quarto de cima. De facto, o trabalho só não anda quando se está parado. Mesmo em dias maus como o de hoje, se levarmos o trabalho cadenciado e ligeirinho o resultado surge, brilhante.
Começando por ontem, o carpinteiro começou o armário entre a
sala e a cozinha, e logo me assustou. Quando, depois do almoço, chegou o patrão
com as caixas para o armário, as medidas não batiam certo certo e o
carpinteiro, isto assim não dá, então não sabiam medir bem as coisas, a
conversa do costume. Deixei-o falar, o dia foi avançando e tudo se compôs.
Muito mal não estaria. Ficou a face do armário virada para a sala quase
acabada.
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armário a caminho |
No barro, acabei a primeira camada do quarto de cima e com o barro que sobrou fiz uma parte do quarto de baixo. O barro começa-me a parecer pouco. Ao fim do dia ainda fiz duas filas da segunda camada no quarto de cima (nota mental: já é tempo de os quartos terem nome).
Hoje custou-me a levantar. Na obra já o carpinteiro se azafamava, sequioso de continuar o trabalho. Em pouco tempo acabou a face da sala, e quando se preparava para fazer o mesmo na face virada para a cozinha, pedi-lhe para abrandar. Se ele fechasse tudo os eletricistas não podiam fazer as ligações. Contrariado, e depois de muito rabujar, lá se virou às escadas, autêntico jogo de construção infantil.
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armário a caminho |
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o escadório a meio caminho |
No campo do barro, e ainda para mais num dia com novidades, telefonemas, ida a Freixo e acompanhamento do trabalho do carpinteiro, fiquei surpreendido ao ver que tinha feito mais de um terço da segunda camada de barro do quarto de cima. De facto, o trabalho só não anda quando se está parado. Mesmo em dias maus como o de hoje, se levarmos o trabalho cadenciado e ligeirinho o resultado surge, brilhante.
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quarto de cima |
Quando estão para bater as onze começo a cheirar, como os
cachorros, a ver se encontro as senhoras. Vejo-as ao longe, chego-me perto para
as cumprimentar, e faço o que posso para que me convidem para almoçar. Hoje de
manhã a tia Alcina lá vinha, toda curvadinha, da apanha da amêndoa. Vinha
cansada, não ia fazer nada de especial para comer, ao que lhe respondi que não
se preocupasse comigo, que tinha o que comer. Deve ter percebido tudo ao
contrário porque pouco depois apareceu-me com um saco com um ovo cozido, um
naco de pão e um chouriço, e pediu-me sigilo, com medo da reação do marido. A
irmã, talvez para não ficar atrás, trouxe-me três pepinos e seis ovos ao final
da tarde, para uma omolete, para além dos seis abrunhos que me trouxera antes.
Com tão pouco, senti-me rico. Como a Floribella.
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Centésimo vigésimo segundo dia - bolhinhas
Novo problema, desta feita bem menor: a mistura, estando super-líquida, pode ganhar bolhinhas. Mais uma para o catálogo.
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a sala |
Cheguei às quatro exausto, encostado a uma parede, abafado pelo calor. Acabei a sala. Antes de ir embora fui apanhar figos e pêssegos. As figueiras, que não foram regadas, cresceram pouco este ano: poucos ramos novos, poucas folhas, figos pequenos. Os pessegueiros, pelos quais não dava dois chavelhos (e que no ano passado nem pêssegos deram), surpreenderam-me com pêssegos saborosos que, quando escachados, soltam um sumo que nos molha os pés. O segredo, ao contrário das figueiras, é não regar, segundo o tio Luís, que me veio ajudar. Imagino que assim dê menos pêssegos, mas mais saborosos.
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Centésimo vigésimo primeiro dia - gato-bravo
Acordei tarde e logo segui para Freixo. Precisava de comprar mercearias e uma máquina de lavar roupa para a casa. Aproveitei para consultar o
email no sempre agradável Café Xangai e para falar com o carpinteiro. Era dia
de feira, estava Freixo cheio de gente como nunca vi.
Voltei para continuar o chão. A verdade é que o trabalho
solitário, as dores e o calor deitam qualquer um abaixo, mas quando se conclui
que o trabalho não corre bem, o intelecto reage ainda pior, e vamo-nos abaixo.
Foi o caso dontem, ao notar que parte do trabalho anterior não tinha corrido
bem e que, mesmo sabendo disso, não conseguia dar a volta e fazer bem.
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a sala |
Tudo mudou hoje. Para além ter passado a ter todo cuidado do mundo com a água que uso para molhar o barro antes de aplicar a segunda camada,
passei a aplicar o barro extremamente molhado (quem me ensinou falou-me em
'goma', e acho que o termo é correto). Assim, o remate final com a palustra é
um ligeiro afagar duma 'goma' molhada. A palustra desliza como uma prancha de
surf sobre uma onda.
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a sala |
E nota-se no resultado. Como a camada final é aplicada quase
líquida, a água faz com que não sobrem espaços entre as areias e o barro, o que
dá origem a uma superfície homogénea.
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a sala |
A Clementina deu-me a provar o doce (compota) de tomate
acabada de fazer. Espalhei-a, ainda quente, sobre uma fatia de pão. Os turistas
hão de fazer filinha, tia Clementina.
Ainda agora, seguia-me o Trovão a caminho da escola quando o
vejo a largar encosta acima. Logo atrás dele seguiu a Fidalga. Seguiam atrás de
um gato pardo, gordo e de cauda espessa. A perseguição continuou pelos pinhais,
com cães de todo o lado a juntarem-se à festa. Ou é de mim ou era um
gato-bravo.
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Centésimo vigésimo dia - chichi de obra
Hoje foi um bom dia de trabalho. Tirando o início da manhã,
em que acompanhei o picheleiro no conserto da fuga, trabalhei seguidinho.
Acabei a primeira camada de barro na sala e, ao fim da tarde, recomecei a
segunda camada. Os processos vão simplificando-se à medida que os dias correm,
mas a segunda camada continua a ser a mais custosa e demorada. O meu braço
direito só aguenta o esforço à custa de muito voltaren. A ver quanto mais tempo
duro.
O chão avança, se bem que com algumas dúvidas. Parte dos
retângulos que enchi na semana passada ganharam um tom pardo. Quando se olha
com mais pormenor vê-se que há áreas em que uma das argilas, de tom mais
amarelado, se sobrepõe ao barro vermelho e quebra a homogeneidade. Mudei
algumas coisas no processo, a ver se consigo evitar isto.
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a sala |
Hoje fiz o meu primeiro chichi de obra. Felizmente havia
sanita.
A Clementina voltou a ter televisão (malfadada tdt). O país
arde.
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