Vigésimo sétimo dia - o Poio, de novo

dia-a-dia: janelas!

A manhã de trabalho decorreu sem grandes precalços, apesar dos constantes desabafos dos homens (a pedra é torta, isto assim não dá, tem de se pôr a prumo, vira, tira, põe). Trazer as paletes com as pedras da eira para o pátio, desmontar a palete, montar a soleira, as ombreiras e a toiça, uma de cada vez, para cada porta. Antes de pousarmos as toiças, ainda só com duas ombreiras postas, percebemos que, apesar da imperfeição das pedras, as ombreiras estavam agrupadas duas a duas (duas mais finas e duas mais grossas). Tratámos de as agrupar, e de seguida fechámos a porta, poisando as toiças sobre as ombreiras.

a primeira soleira

aqui não há preguiça

Paulo, o senhor precisão

Quanto à moldura de pedra da porta original, hoje foi o dia de desistir de a aplicar e de encomendar pedras novas no Poio. Foram meses a enganar-me a mim próprio. As pedras antigas são pesadas e imperfeitas, e a única maneira de as manter era não lhes ter mexido. Mesmo a pedra-soleira, que ainda parecia utilizável, perdeu todo o encanto quando o senhor António começou à marretada para lhe reduzir a altura. Sem me perguntar começou pela parte boa, a razão pela qual eu queria pô-la de novo na parede. Mandei-o parar estava ele vermelho do cansaço. E já não é moço novo. Deixe, deixe, senhor António. Mando fazer pedras novas. E lá fui de novo a Fôz Coa encomendar portas novas, desta vez já com acertos nas medidas.

Notas de trabalho:
-as pedras do Poio saem da pedreira relativamente imperfeitas (as medidas da parte lascada não são de fiar);
-por causa da imperfeição, uma das portas (a de baixo) ficou mais saída, e o encaixe entre as ombreiras e as toiças ficou imperfeito, tendo de ser corrigido;
-esqueci-me de calcular a folga (+- 1cm);
-a opção de duas soleiras, sendo uma delas (a de fora) inclinada para evitar a permanência da água da chuva, parece funcionar.

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