Centésimo trigésimo dia - raposa

O servente, que tão prestimoso se revelou a acabar o saibro, mostrou-se lento e inábil na primeira camada de barro. A olho, parecia demorar o dobro do tempo que eu demoraria a encher um retângulo de barro, ainda para mais numa camada que se quer tosca e expedita. Foi-se embora sem acabar a cozinha, coisa que tentei acabar eu próprio ao final da tarde, sem sucesso.

a cozinha

O dia atrasou-se-me por via dum emprevisto. Um dos vizinhos sentia-se mal e a mulher, à falta de táxis que a acudissem, veio 'falar-me' do caso. Prontifiquei-me a levá-los a Freixo, ao Centro de Saúde, que posteriormente os enviou para Mirandela. Só voltei depois das três.

Quando cheguei acabei o envernizamento das divisões de cima. Durante a manhã acompanhei o patrão dos carpinteiros revendo armários e medidas, e o funcionário no avançar dos trabalhos. Esqueci-me dizer - já chegaram as portas interiores!! Com acertos a fazer, principalmente nas portas da casa de banho do quarto de cima, que teimam em bater uma na outra.

à volta dos aros

Preocupado com a secagem do saibro, tenho mantido todas as portas e janelas bem abertas, e hoje abri também as claraboias. Para meu agrado, o vento puxou bem durante o dia, se bem que este vendaval noturno me deixa de sobreaviso. Imagino que não haja problema, desde que não chova.

Ontem, durante a noite, um bichito ladrou por trás da minha cama, lá fora. Uma raposa, talvez.

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